Trichuris trichiura

Trichuris trichiura
TAXONOMIA
Reino: Animalia
Filo: Nematoda
Classe: Enoplea
Subclasse: Dorylaimia
Ordem: Trichinellida
Superfamilia: Trichinelloidea
Familia: Trichuridae
Género: Trichuris
-Trichuris trichiura
A tricuríase é a 3ª infecção mais comum por vermes filiformes transmitida pelo solo. Estima-se que 604 a 795 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo. Trichuris trichiura ocorre principalmente em regiões tropicais e subtropicais onde as fezes humanas são utilizadas como fertilizante ou onde as pessoas defecam no solo. As crianças são as mais infectadas. Nos Estados Unidos, a maioria dos casos de tricuríase ocorre em imigrantes ou viajantes que retornam de regiões endêmicas com condições sanitárias e de higiene precárias, mas há casos adquiridos localmente em algumas regiões do sul.
A infecção é disseminada pela via fecal-oral. Os ovos ingeridos eclodem e entram nas criptas do intestino delgado como larvas. Após amadurecerem por 1 a 3 meses, os vermes migram para o ceco subindo até o cólon, no qual se unem à mucosa superficial, se acasalam e colocam ovos.
Estima-se que os vermes adultos vivam 1 a 2 anos, embora alguns possam viver por mais tempo.
FISIOPATOLOGIA
Para entender um pouco sobre a fisiopatologia é necessário falarmos sobre o Trichuris trichiuria, avaliando suas formas evolutivas e seu ciclo biológico, para conseguir raciocinar a patogênia.
MORFOLOGIA
Medem cerca de 3 a 5 cm de comprimento, sendo as fêmeas um pouco maiores que os machos. Outra característica importante é que a porção anterior é mais delgada que a posterior.
FORMAS EVOLUTIVAS
Adultos: Parecem chicotes com uma extremidade anterior extremamente afilada e outra região mais alargada, considerada posterior, onde estão presentes os orgãos sexuais femininos e masculinos.
Ele possui esticócitos que são glândulas esofagianas importantes para degradar o tecido intestinal permitindo a alimentação desses adultos por sangue, anticorpos e líquidos intersticiais.
O macho tem uma extremidade posterior enrolada (encurvada) que serve para se fixar a fêmea (com extremidade posterior normal) durante a copula. Ambos vivem a nível de intestino grosso ou delgado.
Ovo: Tem um formato elíptico com extremidade repleta de poros lipídicos onde vai ocorrer eclosão da larva. É revestido por uma membrana tripla, sendo não embrionando precisando do meio ambiente para se maturar e evoluir para a forma infectante. As condições favoráveis para esse desenvolvimento são: solo argiloso ou arenoso, com umidade elevada, temperatura de 25 – 30 mas sem exposição ao sol.
CICLO BIOLÓGICO
Os ovos são eliminados com as fezes e demoram cerca de 13 a 20 dias para se tornar infectantes. O ovo larvado é ingerido pelo homem e então, quando entra em contanto com fatores favoráveis como pH, CO2, sais biliares, presentes nos sucos digestivos acaba liberando as larvas L1 que vão sofrer várias mudanças e dentro de 90 dias pós contaminação tornam-se vermes adultos que vão iniciar a oviposição.
Esse processo ocorre quando a larva L1 invade a mucosa das criptas cecais formando tuneis sinuoso para maturar. Quando se maturam, colocam a parte mais robusta na luz intestinal de forma a permitir a copulação. Com a copulação liberam ovos que saem com o bolo fecal. No meio ambiente ele se matura podendo infectar novos hospedeiros.




TRANSMISSÃO
Pode ser transmitido por via oral, água ou alimentos contaminados e fatores mecânicos.
LOCAL DA INFECÇÃO
Intestino grosso, principalmente no ceco.









PATOGENIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O verme adulto insere sua porção anterior, mais delgada, na mucosa intestinal para se fixar. O problema é que diariamente ele muda de lugar, provocando erosões e ulcerações múltiplas. Como cada verme ingere cerca de 0,005 ml de sangue por dia, a intensidade do quadro clínico depende da carga parasitária.
A extremidade afunilada, por estar mergulhada na mucosa intestinal, vai causar uma ação irritativa principalmente nas terminações nervosas, gerando aumento da motilidade. Teremos ainda reações de hipersensibilidade representado pela produção de citocinas e anticorpos.
SINAIS E SINTOMAS
Infecções por Trichuris leves com frequência são assintomáticas.
Pacientes com infecções graves podem ter dor abdominal, anorexia e diarreia; perda ponderal, anemia e prolapso retal podem resultar, particularmente em crianças.
DIAGNÓSTICO DE TRICURÍASE
É indicada o exame parasitológico de fezes (pelo método de concentração ou pelo método de quantificação). Em casos de trichiuríase maciça, o exame da mucosa retal por proctoscopia ou colonoscopia podem revelar os vermes adultos.
TRATAMENTO DE TRICURÍASE
Os medicamentos de primeira linha são:
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Albendazol 400 mg, VO, 1 x/dia por 3 a 7 dias OU Mebendazol 100 mg, 1x/dia por 3 a 7 dias.
Os de segunda linha são:
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Ivermectina 200 mcg/kg, VO, por 3 dias OU Nitazoxanida 7,5mg/kg/dose 2x/dia por 3 dias.
A combinação de Albendazol com Ivermectina é o esquema terapêutico mais utilizado atualmente. Além disso, um importante adendo a ser feito é que, na trichiuríase maciça o tratamento precisa ser realizado três vezes, com intervalos de 15 dias.
REFERÊNCIAS
http://www.coccidia.icb.usp.br/parasite_db/galerias_s.php
https://www.cdc.gov/dpdx/trichuriasis/
https://www.gbif.org/pt/species/4554218
https://www.sanarmed.com/resumo-de-tricuriase-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento